quinta-feira, 23 de abril de 2020

Comemoração do dia 23 de abril, dia do livro e do direito de autor com Pedro Seromenho

       
          


No dia 23 de abril comemora-se o livro e os direitos de autor. Porque cada livro tem o seu autor que o gera, que o ama e o ensina, transmitindo-lhe, entre muitas outras que existem, uma forma de ser, de estar e de comunicar. Cuida dele, educa-o e fica a vê-lo a crescer em tamanho e em conteúdo, até este se tornar adulto, mais maduro e, um dia, resolver partir. Claro que, como qualquer pai ou mãe que vê a sua cria prestes a abandonar o seu ninho, também o autor fica mais sozinho. Alguns sentem-se vazios e pensam que o pior está para vir, que algo de mal poderá acontecer, mas é a lei da vida e do livro. Os filhos crescem, emancipam-se, vão para longe e viajam pelo mundo, mas jamais deixarão de ter onde morar. Tal como nós, que temos um lar que nos guarda e nos deixa seguros, também os livros têm uma casa própria sem muros. No Antigo Egito chamava-se o “tesouro dos remédios da alma”, pois era onde se curava a ignorância e se enriquecia o conhecimento. Hoje chamam-se bibliotecas. Continuam a ser um baú que nos guarda o tesouro e estarão sempre onde existirem pessoas. A propósito de riquezas, de legados e de sabedoria, num tempo de tragédia que nos inquieta a alma com a partida súbita dos mais velhos, resolvi terminar com o provérbio de um autor desconhecido que, antes de ser o filho que partiu e viajou entre os quatro cantos do mundo, um dia aprendeu na casa do seu pai: “Quando um idoso morre, perde-se uma biblioteca”.
Pedro Seromenho

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